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sábado, 16 de abril de 2016

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Também há um pássaro azul em meu peito que quer sair. Ele clama desesperando querendo dizer as palavras presas que fazem a minha garganta arder, o que é isso que está dentro de ti? Qual o medo de mostrar quem realmente é. Poucas palavras é o que consigo proferir, eu nunca fui muito bem na arte do diálogo. Assim, faço do papel e da caneta os meus melhores amigos.
Meu pequeno pássaro azul canta nas noites mais frias, pede para que escreva as coisas mais lindas, que em minha mente estão escondidas. As vezes eu o deixo tomar conta de mim, usar as minhas mãos para escrever sobre sentimentos, inclusive o mais forte de todos. Ah o amor, mas ele não é o mais forte que predomina em meu peito. Como eu queria que fosse. Tudo que guardo dentro do meu coração que palpita incansavelmente é uma mistura de ansiedade e tristeza, angústia e aflição.
Também há um pássaro azul em meu peito que quer sair, e as vezes eu deixo que ele sai. Nas noites silenciosas, eu sento em minha cama e deixo ele ir. Depois de muitas horas eu o guardo dentro de mim, prendo as expectativas, escondo a tristeza e trago comigo um sorriso falso que me machuca por dentro e me falsifica por fora. Eu sei que você não chora, mas eu choro, todas as noites, todas as horas.

Em certo dia, à hora, à hora, na meia noite que tanto me apavora. Meu pássaro azul voa tristemente ao meu redor enquanto eu fico aqui, sentada diante do espelho esperando uma gota de esperança até que adormeço. Não demora, logo acordo. Abro os olhos, não há mais pássaro azul, tudo que vejo é um corvo, trepado no mármore lavrado da antiga palas. Clamo para que ele se vá, mas  o corvo diz : “ Nunca mais”.